Qual a finalidade do celular?
O celular pode ser considerado uma ferramenta moralmente boa, pois sua finalidade é promover uma melhora na vida do ser humano através da comunicação. O bom uso do celular possibilita um acesso ampliado a informações e ferramentas que irão contribuir para uma vida mais produtiva e confortável:
- Utilidades (agenda, alarme, calculadora, biblia, etc)
- Consumo de conteúdo (vídeos, palestras, educação, diversão)
- Facilidades do dia a dia (banco, compras, documentos pessoais)
- Comunicação (ligações, mensagens de texto, email)
- Redes sociais (instagram e whatsapp)
- Entretenimento (jogos)
Quando ele atrapalha?
Porém como qualquer ferramenta, ao ser mal utilizado, o celular pode causar problemas físicos, mentais e espirituais. Considera-se as seguintes situações como mau uso:
- Mais de 2 horas por dia para diversão/lazer/redes sociais pode atrapalhar na prática de exercícios, convívio social presencial e familiar além de interferir no descanso
- Postura inadequada com pescoço curvado para frente por muito tempo pode levar a alterações graves na cervical do indivíduo, causando dores constantes no pescoço
- Uso noturno, levando a inibição da produção de melatonina, hormônio responsável pela qualidade do sono.
Quais problemas mentais e psicológicos o mau uso do celular pode acarretar?
Dependência digital (palavra politicamente correta para vício): necessidade constante do indivíduo em checar mensagens, redes sociais e notificações. Este vício afeta a pessoa em duas frentes importantes: produtividade e bem-estar. Ao estar constantemente conectado a redes sociais, a pessoa perde a capacidade de focar por longos períodos em uma única atividade, impossibilitando assim a entrega de trabalhos intelectuais mais elaborados.
Empresas reportam enormes dificuldades com profissionais da geração Z (nascidos entre meados de 1990 e 2010), que é a primeira geração de jovens que nasceram conectados à internet e tem desde a infância uma enorme familiaridade com dispositivos móveis. Essas dificuldades vêm desses jovens profissionais em se desligarem de suas redes sociais em seu trabalho, causando falta de interesse pelo trabalho, desconcentração exagerada e erros.
Ansiedade e estresse são outros problemas muito comuns para usuários assíduos de redes sociais. Nestes ambientes de interação virtual, são comuns entre os usuários, especialmente os mais jovens, a comparação social excessiva além de sentimentos de solidão e isolamento.
Por serem ambientes extremamente artificiais (isto é, manipulados para parecerem reais), é comum que pessoas com pouca maturidade psicológica interpretem de forma exagerada ou mesmo erroneamente as diversas situais que são expostas.
O alto déficit de atenção pode ser causado pela alta frequência na alternância de conteúdos, aplicativos e notificações, diminuindo a capacidade de atenção e aumentando a distração.
Quais os problemas para o cérebro humano?
A dopamina faz com que o cérebro humano busque uma recompensa imediata para suas ações. Ao produzir dopamina, o cérebro faz com que seu cérebro entre em modo de caça. Este hormônio não está ligado ao prazer (por exemplo ao se alimentar). A dopamina é um neurotransmissor que quer a recompensa num futuro imediato (daqui a pouco). É o olho de caçador, da pessoa que nunca está contente ao procurar por algo (pessoa no shopping por exemplo, colocando produtos no carrinho). Não é possível viver sem dopamina. Teríamos que forçar nosso organismo a buscar as coisas sem uma recompensa interna.
O problema é que o excesso de dopamina gerado pelo uso exagerado de redes sociais, produz alterações físicas no cérebro parecidas com aquelas causadas pelo uso excessivo de drogas.
Alguns aplicativos de redes sociais são capazes de gerar altos níveis de dopamina no cérebro humano. São as redes sociais que possibilitam relações rápida e recompensadoras, ativando os circuitos de recompensa e prazer.
Interações sociais como curtidas, comentários e notificações liberam dopamina no cérebro, neurotransmissor ligado à sensação de prazer e motivação.
Facebook e Instagram por exemplo, são capazes de gerar altos níveis de busca e recompensa prazerosa (ou dopamina na prática) através de postagens, curtidas e vídeos curtos em stories, que possuem conteúdo efêmero que desaparecem em 24 horas, gerando uma urgência de checagem exagerada.
Já o Tik Tok possui vídeos curtos de alta intensidade, em um feed constante de conteúdo, gerando grandes descargas de dopamina. O Tik Tok é proibido na china, devido a sua alta probabilidade de vício, especialmente entre os mais jovens. Os EUA estão considerando proibir o uso desta rede social.