Há 2 anos eu e minha esposa abandonamos completamente a plataforma de vídeos Netflix. Hoje, à espera de nosso primeiro filho, sentimos na pele como esta decisão melhorou nossa vida em família. Neste post compartilho as principais razões de termos eliminado a Netflix de nossas vidas.
Assistindo vídeos na internet
Há pelo menos 20 anos assisto vídeos pela internet. Aos 13 anos já baixava músicas, séries e games por sites e aplicativos de Torrent. Os torrents porém sempre tiveram o inconveniente de serem ilegais. Além disso, dá um bocado de trabalho encontrar legendas, transferir o arquivo para a TV, selecionar o conteúdo, acessar sites obscuros, proteger-se de vírus, etc.
Quando conheci a Netflix, foi como um sonho: agora não precisaria baixar nem configurar nada. Bastava apontar o vídeo desejado e assistir no conforto da sala. Logo de cara encontrei séries super bacanas de ficção científica, meu genêro favorito.
Entretanto, a facilidade de encontrar conteúdo interessante acabou gerando um hábito ruim: o de passar muitas horas na frente da TV. No início nem percebia, mas depois de alguns meses de uso, começa a incomodar bastante e você percebe a quantidade absurda de horas perdidas com séries que poderiam ter 3 ou 4 epsódios, mas acabam tendo 12, 24, 32 ou mais epsódios desnecessários.
Netflix e sua necessidade de viciar
O capitalismo é um sistema econômico péssimo, injusto e desleal. Mas foi o menos pior que conseguimos criar até aqui. E a Netflix, como toda boa empresa capitalista, busca faturar ao máximo.
Para isso, porém, não basta atingir o maior número de usuários possíveis (137 milhões em 2018!). É necessário que estes usuários passem muitas e muitas horas na frente do aplicativo, a fim de gerar o maior tempo de tela possível para a empresa.
Essa necessidade de viciar a pessoa acaba gerando uma grande quantidade de novidades na plataforma. Porém, muitas novidades não são sinônimo de conteúdo de qualidade. Na verdade, suspeito que seja exatamente o contrário.
Muitas séries são boas, não me entenda mal. Quando saí da plataforma em 2017, suspeito que ao menos 10% do conteúdo era de boa qualidade. As novidades, porém, geram curiosidade e essa curiosidade cria um hábito de experimentar mais coisas ruins do que boas no fim das contas.
É uma relação difícil de entender e só saindo da plataforma e buscando manualmente seus próprios vídeos para ver a capacidade que a Netflix tem de nos viciar em novas produções que reluzem como ouro, mas que entregam pouco ou nenhum valor moral para quem usufrui.
A incrível capacidade de transformar ouro em lixo
Inúmeras vezes comecei a assistir uma série ou vídeo que nas primeiras horas eram interessantes e atraentes. Com o passar do tempo, porém, logo ficava claro que a história ja deveria ter acabado. Pior ainda era quando uma produção ia bem até os últimos episódios. Ao final, depois de dedicar meses de minha vida assistindo aquilo, descobria um final imoral, vergonhoso ou depressivo para a estória.
Algumas produções parecem zombar do nosso senso crítico. Desde produções com homossexualismo velado no início, mas forçado no fim, até um feminismo absurdo que beira a burrice. Cheguei a assitir uma série onde todos os homens (sem exceção) eram maus. E outra onde o personagem principal, uma criança, “se descobre” gay praticamente no último epsódio.
A gota d’água pra mim foi uma série de adolescentes (13 razões não sei o que mais) onde o personagem passa a série inteira mostrando as razões (a maioria banais) que o levam ao suicídio ao final. E ainda por cima fizeram a cena do suícidio da pessoa com detalhes! Qual o sentido disto? Fiquei tão triste e pra baixo com essa série que prometi a mim mesmo e a Deus que não assistiria nunca mais na minha vida coisa do tipo.
Fim do sofrimento
A decisão de sair veio aos poucos. Comecei a ser mais seletivo com o que assistia. Logo me via passando mais tempo procurando o que assistir do que assistindo de fato. Criei a regra do “teste dos 5 minutos”. Coloco aleatoriamente no meio de um epsódio e assisto por 5 minutos em busca de conteúdo imoral, depressivo, violento, etc. Em geral esse é o padrão das produções.
Assim foi perdendo o sentido pagar por algo que me causava mais desgosto do que alegria. Não quero apenas diversão, não preciso esquecer da minha vida, que é muito boa por sinal. Quando ligo a TV quero esperança, bom humor, ensinamentos, educação e alegria. Sair da Netflix e voltar a procurar cuidadosamente o conteúdo que assito me devolveu tudo isso.
Obrigado Marco por contar a tua experiencia, eu na verdade tenho tido cuidado com estas novas tedências.
E com razão Claudio, devemos ficar atentos principalmente ao que assistimos.
Achei interessante seu conteúdo, sobre ter deixado de assistir netflix, na verdade acho que perdemos tempo demais na frente da televisão com coisas desnecessárias. Parabéns pela decisão.