Vivemos em uma sociedade que prioriza cada vez mais as relações virtuais a encontros e convívios presenciais. Temos várias telas diferentes dentro de nossas casas, internet de alta velocidade e gerenciamos nossa vida em celulares inteligentes.
Mas será que isso está sendo bom para nossas famílias? Como cristãos autênticos, como devemos utilizar essas tecnologias para viver o evangelho? Estamos de fato levando o Cristo em nossas atividades online?
Neste texto, vamos explorar à luz do Papa Francisco e do Evangelho, além do exemplo de santos, a forma como uma família cristã deve utilizar a tecnologia para a conversão.
Utilizando internet, redes sociais e mensagens de texto com sabedoria
O verdadeiro cristão deve buscar fazer tudo em sua vida com sabedoria. Sabedoria é conhecer o sabor verdadeiro das coisas. Na vida cristã, a sabedoria é o ato de apreciar a vontade de Deus em nossas vidas.
A internet e suas principais ferramentas de comunicação (redes sociais e mensagens de texto) nos concede uma oportunidade única de levarmos ao outro a sabedoria de Deus que habita em nós. Através de mensagens positivas, demonstrações de paciência e frases inspiradas pelo Espiríto Santo na hora certa, podemos mudar a vida de uma pessoa com uma postagem no Facebook, uma foto no Instagram ou uma mensagem no Whats Wapp.
Hoje temos diversos envangelizadores e comunicadores religiosos utilizando a internet para propagar o evangelho. Talvez o melhor exemplo seja o próprio Papa Francisco, que publica diariamente mensagens no Twitter.
Através de pregações em vídeo, compartilhamento de mensagens positivas e orientações pessoais, os pastores modernos dão bons exemplos para nossas famílias de como utilizar a internet para levar Cristo às nossas redes de contato.
Um outro bom exemplo de como usar as redes sociais para envagelizar, porém de uma forma mais mundana (no sentido positivo da palavra) e nem por isso menos importante, é o Padre Fábio de Melo. Em seu instagram, podemos encontrar vídeos engraçados e reflexivos sobre situações cotidianas que nos levam a ver o lado positivo da vida.
O servo de Deus Carlos Acutis foi um contemporâneo nosso (1991 a 2006) que utilizou a internet para propagar a devoção à Eucarístia com seu tempo gasto na internet. Ao invés de ficar horas jogando games online ou postando e vendo fotos pouco edificantes para a santidade, Carlos criou um site com conteúdo original sobre a Eucaristia e a vida dos santos.
A principal lição para nossas famílias é que devemos sempre comunicar o bem com os vídeos e as imagens que compartilhamos. Devemos evitar levar ao próximo nossas opiniões negativas sobre o mundo e sobre os outros. Como Maria, guardemos o silêncio nas ocasiões que não compreendemos e consideremos o próximo e sua opinião, tão relevante como a nossa.
Como cristão, devemos nos abster de causar dano à imagem de nossos irmãos com textos e postagens pouco refletidas. Ao invés disto, busquemos compartilhar o que há de belo em nossa Igreja e no mundo ao nosso redor. Porém, devemos lembrar sempre que o silêncio é a maior arma do cristão contra o barulho das redes sociais, que buscam constantemente nos tirar da presença de Deus e muitas vezes pertubar nosso coração.
Admitir que não sabemos como utilizar computadores e smartphones
Não há dúvidas de que a tecnologia é algo bom e uma dádiva de Deus para o homem. Uma de minhas frases favoritas do Papa Francisco é que “a internet é um dom de Deus”. Assim como todo dom, é uma dádiva gratuita vinda do Pai que deve ser utilizada para fazer o bem.
Conta-se na tradição da Igreja católica que Santa Clara de Assis recebeu, por volta do ano de 1.250, uma transmissão ao vivo de uma missa em seu quarto. Como estava doente, não poderia ir à celebração e Deus lhe concedeu o milagre de assistir tudo projetado na parede de seu quarto. Isso aconteceu 660 anos antes da invensão oficial da televisão.
Duas lições importantes foram nos dada por Deus 600 anos antes da criação da tecnologia no exemplo desta santa: primeiro, devemos prestar atenção ao conteúdo do que estamos visualizando. No exemplo de Santa Clara, ela utilizou a transmissão para assitir a uma missa. A segunda lição é que existe o momento correto para o uso da tecnologia. Por estar doente e não poder estar fisicamente na celebração, o milagre foi realizado.
Os fatos nos mostram porém que estamos utilizando a tecnologia exatamente ao contrário do que deveríamos. Segundo especialistas, uma pessoa verifica seu smartphone, em média, 110 vezes ao dia. Esta alta frequência de uso pode gerar uma relação de alta dependência e, em alguns casos, de vício e pecado.
Assim, devemos ter consciência da nossa limitação humana perante tecnologias que são construídas cada vez mais com o intuito de prender nossa atenção pelo maior tempo possível.